Líderes

João Varandas, CEO da Agence Varandas & Associés e COO da Albalux Crédit.

Sempre fui muito observador e não tenho receio de seguir o meu instinto para agarrar as oportunidades quando elas surgem.

11 fevereiro, 2022

Cresci em Vila Real e vim para o Luxemburgo em 2007, já com 20 anos. Portugal estava em permanente estado de crise, mas naquele ano a situação complicou-se mesmo. Em Portugal fiz de tudo, até socorrista do INEM.

tive de desenrascar-me desde cedo.

Cheguei a 15 de fevereiro com um casaco de malha, temperaturas negativas e 500 euros no bolso. Consegui o meu primeiro emprego na Goodyear. Trabalhei um ano e meio como operador e depois passei a chefe de secção, na produção. Fiquei cinco anos na empresa, o tempo de me integrar e de aprender as línguas do país, inclusive o luxemburguês.

Em 2012 a Goodyear foi vendida aos coreanos e as coisas mudaram. Um dia, desentendi-me com um dos chefes, peguei nas minhas coisas e fui-me embora.

Nesse dia, a minha vida deu uma grande reviravolta. Estávamos no mês de julho e não tinha trabalho, nem experiência ou formação para trabalhar noutra coisa qualquer. Antes de ir de férias, ligaram-me a dizer que tinha sido recomendado pela pessoa com a qual me tinha desentendido na Goodyear. Era para um lugar ligado à finança e, no início, achei que não tinha o perfil adequado.

Quando regressei de férias decidi recontactar a pessoa que me tinha ligado, o Michel Bastos. Ele explicou-me o projeto e despertou o meu interesse. A 15 de Outubro de 2012 fiz a formação de base na Ergo, e a partir daí começou a minha carreira nos seguros. No início de 2013 constituí a minha empresa e comecei a trabalhar com a Ergo e com a Axa. No mesmo ano comecei também a fazer créditos hipotecários com a BGL, graças a uma convenção que tinham com a Ergo.

A equipa foi crescendo até que um dia, em dezembro de 2016, leio nos jornais que a Ergo acabava de encerrar a atividade no Luxemburgo. Continuei a trabalhar da mesma forma até ao último dia e foram extremamente corretos em tudo. O único erro que aponto a essa empresa foi a comunicação, não termos sido os primeiros a saber.

Com a carteira de clientes que já tinha com a Axa e por uma questão de lealdade para com a empresa e os clientes, decidimos passar a ser agentes exclusivos da Axa nos seguros.

Nessa altura também já fazia bastantes créditos hipotecários com várias instituições financeiras e foi aí que surgiu a possibilidade de juntamente com o Michel Bastos e a Vera Alves avançarmos com um novo projeto: a Albalux Crédit. Foram eles que me deram a oportunidade no início e que me ensinaram a profissão, não fazia sentido cada um seguir o seu caminho na mesma área.

Mas não parei por aí. Entretanto, criei uma empresa de promoção imobiliária e sou acionista de uma empresa de limpeza, Nettoie et Service, entre outros negócios. As empresas acabam por estar ligadas e alavancarem-se umas às outras, mas sem esquecer que o meu core business é a Axa.

O facto de saber de onde venho e das dificuldades que passei faz com que tenha os pés bem assentes na terra. Sempre fui muito observador e não tenho receio de seguir o meu instinto para agarrar as oportunidades quando elas surgem. A sorte não existe. É muita dedicação e lealdade para com aqueles que te dão uma oportunidade.

Líderes

As portuguesas que querem ter voz

Só 15% dos portugueses residentes no Luxemburgo estão inscritos para votar. E na capital do país a percentagem é ainda mais baixa. Para contrariar esta ausência de representatividade e de poder de decisão, um grupo de seis portuguesas lançou um event

Liz Braz

É a mais jovem candidata do LSAP e é a primeira vez que se candidata a umas eleições, mas não é propriamente uma desconhecida. O facto de ser filha do antigo ministro da justiça e vice-primeiro-ministro do Luxemburgo, Felix Braz, dão-lhe uma visibili

Fabrício Costa

Entrevista com Fabrício Costa, candidato às eleições comunais pelo partido déi gréng.

A história do empresário que não recusava emprego a ninguém

De sorriso afável permanente, mesmo num primeiro contacto, era como se conhecesse a pessoa desde sempre, e assim gerava a empatia própria e necessária para quem ambicionava singrar na vida e queria ser lembrado “como uma referência”. Rui Nabeiro, fun

Asti apela aos estrangeiros a recensearem-se em massa

Depois de uma “luta de 31 anos para conseguir este direito fazemos um grande apelo para que todos os estrangeiros se inscrevam e votem”, sublinhou Sérgio Ferreira, diretor político da Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI), na aprese

Última edição
Opinião
José Campinho2023. O ano dos portugueses?

Foram necessários mais de 30 anos para os estrangeiros finalmente conquistarem o direito de escolherem os responsáveis das autarquias onde residem. Um esforço, até agora, inglório. Mas há algo a mudar….