2023 pode ser o início de uma grande mudança para os cerca de 150 mil lusófonos residentes no Luxemburgo. Uma mudança que já começou a vários níveis graças à ambição e à resiliência de um grupo de homens e mulheres que, indiferentes à adversidade, acreditaram ser capazes de chegar onde a maioria não ousava sonhar.
Desde governantes, a altos dirigentes e chefes de grandes empresas, os casos de sucesso têm vindo a multiplicar-se num país onde, até há pouco tempo, para um lusodescendente, terminar o liceu já era um feito assinalável.
Uma ascensão social que, apesar de tudo, ainda está longe de atingir o patamar que seria natural para uma comunidade que vai já na terceira geração.
Mas os estereótipos vão caindo, lentamente, uns a seguir aos outros à medida que os Braz se tornam ministros, as Macedos assumem a chefia da Luxair, os Veríssimos lideram a investigação tecnológica e a construção das principais infraestruturas do país são confiadas aos Pintos deste país.
Nem todos os exemplos de sucesso são tão mediáticos como os referidos, o que não significa que tenham menos mérito. Há certamente muitos outros, de quem provavelmente nunca iremos ouvir falar, que têm contribuído mais do que seria espectável para a qualidade de vida que o Luxemburgo atualmente é capaz de proporcionar.
Podia ser melhor? Obviamente que podia. E não faltam pessoas interessadas em fazê-lo. Aliás, muitas delas são lusófonas, candidatas em praticamente todas as Comunas do país. Pessoas que testemunharam o sacrifício dos seus pais, enquanto crianças, que tiveram de lutar mais do que os outros por uma oportunidade e que, agora, têm a possibilidade de mudar algo para todos nós e para as próximas gerações.
Em 2017 fomos cerca de sete mil a votar. Nestas eleições podemos e devemos ser muitos mais.