Líderes

As portuguesas que querem ter voz

Só 15% dos portugueses residentes no Luxemburgo estão inscritos para votar. E na capital do país a percentagem é ainda mais baixa. Para contrariar esta ausência de representatividade e de poder de decisão, um grupo de seis portuguesas lançou um event

Por Madalena Queirós 07 junho, 2023

O objetivo foi mobilizar as mulheres lusófonas a inscreverem-se para votar nas Comunais. Um encontro com intervenções, música e animação para crianças onde as mulheres empreendedoras puderam dar o seu testemunho sobre a importância de votar.

A ideia inicial surgiu de uma conversa entre Maria Eduarda de Macedo, conselheira comunal da cidade do Luxemburgo e Liliana Bento, secretária sindical adjunta da LCGB. A que rapidamente se juntaram outras mulheres.

O público-alvo desta iniciativa eram mulheres de todos os países de língua portuguesa e sobretudo das camadas mais populares porque muitas vezes “são as mulheres que fazem acontecer, são multiplicadoras naturais com grande influência na sociedade e fazem mexer os homens”, explica Maria Eduarda de Macedo.

Com esta iniciativa, pretendia-se “sensibilizar, num ambiente de convívio para a importância das eleições comunais, divulgar as principais competências das comunas e o seu impacto na vida quotidiana dos residentes e encorajar as mulheres a fazer ouvir a sua voz, para além do lado prático sobre o que é necessário fazer para se inscreverem”, explica Maria Eduarda de Macedo. “Este projeto é uma gota no oceano, mas como diz o ditado muitas gotas fazem o mar”, acrescenta a conselheira comunal.

O evento contou com o patrocínio de inúmeras empresas e da Comuna do Luxemburgo.

 

 

Eduarda Macedo, conselheira comunal da cidade do Luxemburgo

Entre os obstáculos ao voto destaca “as dificuldades linguísticas e por isso fazemos esta iniciativa em português” e também a “falta de hábitos de participação democrática e o facto de as pessoas não terem suficiente informação sobre as competências das comunas e o impacto das decisões comunais no seu dia a dia”. “As pessoas, muitas vezes não têm a noção que são as comunas que se ocupam da gestão do lixo, do abastecimento de água, da circulação, das escolas e das creches, dos espaços verdes, dos apoios sociais e atividades desportivas. A comuna tem poderes de decisão sobre tudo o que se passa no seu território”, sublinha.

 

Liliana Bento, secretária sindical adjunta da LCGB

Somos uma equipa muito empenhada que queremos trazer muitas pessoas ao evento para as informar em português sobre a importância de estarem inscritas num caderno eleitoral, de votarem e assim contribuírem para o desenvolvimento das comunas e do país”, acrescenta Liliana Bento, da LCGB. Até porque “quanto maior for o número dos eleitores, maior é o orçamento das comunas para investir em apoios para as populações”, sublinha Liliana Bento.

Isaura Rovisco, responsável de escritório de representação da Caixa Geral de Depósitos no Luxemburgo

A falta de informação sobre os procedimentos a seguir para votar é, do meu ponto de vista um dos principais obstáculos por isso estando mais próximos e falando a mesma linguagem dos interlocutores, estamos em crer, que vamos conseguir sensibilizar melhor as pessoas para a importância de votar”, diz Isaura Rovisco, responsável de escritório de representação da Caixa Geral de Depósitos no Luxemburgo, outra das promotoras da iniciativa.

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