Tecnologia

João Carreiro, 31 anos, empreendedor na área da informática

Neste artigo, João Carreiro fala da sua rápida ascensão num dos setores mais atrativos da atualidade.

20 março, 2022

Engenheiro Eletrotécnico de formação, João Carreiro abriu a Indigo Luxemburgo em março de 2021, um centro de desenvolvimento como extensão da empresa mãe em Portugal. Em setembro de 2021, o jovem empreendedor de 31 anos, foi eleito MVP (most valuable player) pela OutSystems, que todos os anos elege profissionais da comunidade espalhada pelo mundo (mais de 500 mil), que se distinguiram pela sua expertise e evangelismo da marca no mundo. De momento há apenas 69 MVPs no mundo.

 

João Carreiro

Sempre gostei de lógica e de matemática e acabei por entrar para a Faculdade de Ciências e de Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Nunca tinha programado e escolhi Engª Eletrotécnica porque me abria mais portas. Acabei por adorar a programação, permitia-me associar a lógica à criatividade e construir coisas novas.

Ainda estava a terminar o curso, quando um professor que estava à procura dos melhores alunos em Java (uma das linguagens de programação mais utilizadas) me recomendou. Comecei a trabalhar aos 23 anos numa empresa especializada na plataforma portuguesa OutSystems, que permite criar aplicações de software à medida das empresas.

Depois de uma bootcamp (formação intensiva) de uma semana fui imediatamente lançado num projeto no aeroporto de Luanda. Para além da programação, comecei também a dar suporte ao cliente e tive a oportunidade de desenvolver sozinho um software de ‘a’ a ‘z’ para as centrais termoelétricas de Angola, que utilizei como base para a minha tese de mestrado.

Com 25 anos surgiu a oportunidade de ir trabalhar diretamente para a sede da OutSystems. Tínhamos acesso a todo o tipo de formações e aprendi bastante, tanto em termos técnicos como de melhores práticas. Fiquei dois anos e meio na empresa e tive a sorte de participar em dois grandes projetos, um numa empresa de recursos humanos, nos Países Baixos, e outro nos hospitais do Kuwait.

Entretanto fui para a PWC, que na altura estava a criar um departamento de prestação de serviços às empresas com recurso à plataforma onde trabalhava (OutSystems). É uma excelente escola de liderança, de gestão de equipas e de coaching, que me preparou para interagir com os diversos interlocutores nas organizações, desde as equipas operacionais até ao CEO.

Passados 6 meses, senti que podia fazer mais coisas se enveredasse pelo empreendedorismo. O sócio-gerente da Indigo, que trabalhou comigo na OutSystems, deu-me a oportunidade e a autonomia para criar o meu próprio departamento no seio da sua empresa e aceitei a proposta.

Recrutei as duas primeiras pessoas em janeiro de 2017. A meio do ano vieram mais dois, que atualmente são os elementos seniores da equipa. Curiosamente, dado que o meu projeto é baseado na confiança e na qualidade, nesta primeira equipa são todos ex-colegas da faculdade.

Na Indigo em 2018 tive a minha primeira experiência profissional integralmente no estrangeiro, estive a trabalhar nos Países Baixos em projetos para o ING e Randstad. Em 2019 liderei o projecto de transformação digital das Ilhas Faroé, ao desempenhar funções de Arquiteto e Tech Lead do Portal do Cidadão do país, utilizado neste momento por mais de 25 mil pessoas, com aplicação web e mobile.

Em março de 2020 iniciei outro projecto no qual coordeno uma equipa Indigo para a Société Europeénne des Satélites (SES), com sede no Luxemburgo, para prestar serviços de desenvolvimento do portal do cliente. [Como parte da minha família vive aqui, e para conciliar melhor a vida familiar e profissional, optei por me estabelecer no Luxemburgo.]

Entretanto decidimos criar a Indigo Luxemburgo, sendo eu o fundador e o gestor de operações da mesma. O objetivo é utilizar a plataforma OutSystems para ajudar as empresas na transformação digital, desde a atualização das aplicações existentes à automatização de processos. Para além de construir programas de raiz, é possível pegar nas aplicações existentes e integrá-las. As principais aplicações do mercado já estão suportadas na plataforma e rapidamente conseguimos integrar com as mesmas.

A OutSystems e a sua tecnologia LowCode permite desenvolver aplicações web e mobile numa fracção do tempo que levam as tecnologias tradicionais, reduzindo ao mesmo tempo a complexidade técnica da criação, operação e monitorização das aplicações e da sua aceitação pelos utilizadores. Tudo isto usando as mais recentes e atualizadas tecnologias, e disponibilizando aplicações fiáveis, escaláveis, seguras e preparadas para evoluir ao ritmo do negócio dos nossos clientes.

Por enquanto, no Luxemburgo ainda são as multinacionais a utilizar OutSystems, um dos meus grandes objetivos para este ano é que as PME também comecem a utilizar.

O meu desafio para 2022 é dar a conhecer o potencial desta abordagem, serviços Indigo e tecnologia OutSystems LowCode ao mercado no Luxemburgo e dobrar o volume de fracturação de 2021.

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