Líderes

Futuro a pedais

Para o vice-primeiro-ministro e ministro da Mobilidade, François Bausch, a pandemia também trouxe coisas boas, nomeadamente na forma como nos deslocamos.

Por Gestão 05 agosto, 2020

Em entrevista concedida ao Paperjam o vice-primeiro-ministro assegurou que “a pandemia travou-nos, mas não pôs em causa os projetos do governo em matéria de ambiente e de mobilidade”. Pelo contrário, na opinião do ecologista alguns dos objetivos do governo poderão avançar mais cedo do que inicialmente previsto. É o caso da extensão do Tram a Hollerich, Cessange e à Route d’Arlon e de uma ligação de alta velocidade entre a capital e Esch. Projetos de envergadura cujos preparativos avançaram mais rápido do que previsto e que François Bausch espera ver aprovados durante esta legislatura.

Mas o verdadeiro impacto da pandemia na mobilidade poderá ser outro. O ministro ecologista está convicto que o Covid-19 deu “uma nova vida às bicicletas no Luxemburgo. Só em outubro foram inauguradas 12 novas pistas nacionais”, regozijou-se. No entanto, para François Bausch ainda há um longo caminho a percorrer até o Luxemburgo poder seguir o exemplo dos países nórdicos, ou mesmo do Benelux, onde as deslocações no interior das localidades se fazem essencialmente de bicicleta. “O Covid-19 efetivamente contribuiu para o renascimento das bicicletas, mas ainda há muito a fazer em termos de infraestruturas”, sublinhou. O principal entrave vem das autarquias: “as Comunas têm de fazer mais esforços, sobretudo no espaço urbano. Mas, de uma forma geral, são muito reticentes”, lamentou. Um obstáculo que acredita poder ser ultrapassado em breve. “O lobby da bicicleta está a crescer a grande velocidade. Aposto que nas próximas eleições autárquicas o renascimento da bicicleta vai assumir um papel central”, assegurou François Bausch.

 

Suprimir lugares de estacionamento

Outra das medidas preconizadas pelo vice-primeiro-ministro é o corte dos lugares de estacionamento na capital. “Não faz sentido nenhum termos tantos lugares de estacionamento nas ruas. Os parques subterrâneos chegam perfeitamente para as necessidades”. O hábito de querer parar o automóvel em frente à loja ou ao restaurante, para o ministro ecologista, é coisa do passado. “Com a minha bicicleta posso parar onde quero, perto das lojas, para falar com as pessoas e nunca apanho engarrafamentos”, sublinhou.

 

Outra crise mais grave no horizonte

Apesar de a atual crise pandémica ainda estar longe de estar resolvida, o ministro não perde de vista uma outra, “bastante mais grave” e que não tardará a bater à porta. “Este verão estiveram 36 graus na Sibéria, provocando o descongelamento do permafrost, que liberta metano, 25 vezes mais tóxico do que o CO2”, alertou.

O ministro ecologista recordou que, atualmente, “40% da poluição mundial vem dos transportes” e que, segundo as Nações Unidas, “em 2050, 70% da população mundial estará concentrada nos centros urbanos”. “Temos 20, 30 anos para revolucionar a mobilidade”, concluiu.  

Líderes

As portuguesas que querem ter voz

Só 15% dos portugueses residentes no Luxemburgo estão inscritos para votar. E na capital do país a percentagem é ainda mais baixa. Para contrariar esta ausência de representatividade e de poder de decisão, um grupo de seis portuguesas lançou um event

Liz Braz

É a mais jovem candidata do LSAP e é a primeira vez que se candidata a umas eleições, mas não é propriamente uma desconhecida. O facto de ser filha do antigo ministro da justiça e vice-primeiro-ministro do Luxemburgo, Felix Braz, dão-lhe uma visibili

Fabrício Costa

Entrevista com Fabrício Costa, candidato às eleições comunais pelo partido déi gréng.

A história do empresário que não recusava emprego a ninguém

De sorriso afável permanente, mesmo num primeiro contacto, era como se conhecesse a pessoa desde sempre, e assim gerava a empatia própria e necessária para quem ambicionava singrar na vida e queria ser lembrado “como uma referência”. Rui Nabeiro, fun

Asti apela aos estrangeiros a recensearem-se em massa

Depois de uma “luta de 31 anos para conseguir este direito fazemos um grande apelo para que todos os estrangeiros se inscrevam e votem”, sublinhou Sérgio Ferreira, diretor político da Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI), na aprese

Última edição
Opinião
José Campinho2023. O ano dos portugueses?

Foram necessários mais de 30 anos para os estrangeiros finalmente conquistarem o direito de escolherem os responsáveis das autarquias onde residem. Um esforço, até agora, inglório. Mas há algo a mudar….