Líderes

Ricardo Marques

A surpresa das eleições comunais.

30 abril, 2023

Ele próprio assume que a sua eleição para vereador nas últimas eleições comunais foi uma surpresa. Mas nas próximas eleições a surpresa poderá ser ainda maior, naquela que é na cidade mais antiga do país.

Ricardo Marques foi um aluno exemplar e acabou por entrar num dos cursos de ingresso mais difícil em França – Psicologia, na universidade de Paris- Sorbonne. Entrou também no doutoramento, e todos os planos estavam formados para ficar em Paris. “No entanto havia esta sensação constante de saudade. Sempre que me metia no comboio e chegava a Echternach, sentia que estava em casa”, lembra. Foi também por isso que Yves Wengler, burgomestre da cidade, o convidou para integrar as listas do partido às eleições comunais. “Eu disse-lhe que não fazia sentido, todos os meus projetos passavam por França. Mas ele, que me conhecia bem, sabia que eu tinha ideias para transformar a minha terra e foi insistindo”, conta o agora vereador.

Demorou meses até aceitar o desafio e fê-lo com uma ressalva: não o colocariam em lugar elegível nas listas do CSV. “Wengler concordou, disse que gostaria simplesmente de me ter a bordo para contribuir com ideias e projetos – e de garantir um olhar de fora sobre a cidade”, lembra. Na noite das eleições, a 8 de outubro de 2017, foi votar a Echternach e ao final da tarde meteu-se no comboio para regressar a Paris. “Quando cheguei à Gare do Luxemburgo, recebi um telefonema do burgomestre a dizer que tinha de voltar para trás”, recorda. “Foi uma surpresa para toda a gente e para mim também”, recorda, e ainda abana a cabeça quando o diz. “Fiquei ali uns dias a pensar no que haveria de fazer, mas também pensei que a vontade do povo era soberana – e desrespeitá-la seria desrespeitar a democracia participativa.” Nos primeiros três anos de mandato, limitou-se às funções de conselheiro comunal. Em 2020, percebeu que era ali que queria estar e passou a vereador. Assume que um dia gostava de ser burgomestre, mas também admite que ainda precisa de ficar na sombra este mandato para acumular experiência. Mas e se for ele o candidato mais votado? “Então aí vou respeitar a vontade do povo. Se ficar à frente, não tenho outro remédio que não ficar à frente de Echternach”, diz.

Líderes

As portuguesas que querem ter voz

Só 15% dos portugueses residentes no Luxemburgo estão inscritos para votar. E na capital do país a percentagem é ainda mais baixa. Para contrariar esta ausência de representatividade e de poder de decisão, um grupo de seis portuguesas lançou um event

Liz Braz

É a mais jovem candidata do LSAP e é a primeira vez que se candidata a umas eleições, mas não é propriamente uma desconhecida. O facto de ser filha do antigo ministro da justiça e vice-primeiro-ministro do Luxemburgo, Felix Braz, dão-lhe uma visibili

Fabrício Costa

Entrevista com Fabrício Costa, candidato às eleições comunais pelo partido déi gréng.

A história do empresário que não recusava emprego a ninguém

De sorriso afável permanente, mesmo num primeiro contacto, era como se conhecesse a pessoa desde sempre, e assim gerava a empatia própria e necessária para quem ambicionava singrar na vida e queria ser lembrado “como uma referência”. Rui Nabeiro, fun

Asti apela aos estrangeiros a recensearem-se em massa

Depois de uma “luta de 31 anos para conseguir este direito fazemos um grande apelo para que todos os estrangeiros se inscrevam e votem”, sublinhou Sérgio Ferreira, diretor político da Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI), na aprese

Última edição
Opinião
José Campinho2023. O ano dos portugueses?

Foram necessários mais de 30 anos para os estrangeiros finalmente conquistarem o direito de escolherem os responsáveis das autarquias onde residem. Um esforço, até agora, inglório. Mas há algo a mudar….