O número de votos no estrangeiro para a eleição do Presidente da República duplicou face à última eleição presidencial. Os dados provisórios do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Administração Interna apontam para 27.615 votos em relação aos 14.150 de 2016. O Luxemburgo foi o segundo país a registar maior aumento: o triplo em relação às eleições anteriores.
“Este aumento verifica-se também em relação ao número de votantes na eleição para o Parlamento Europeu em 2019, que registou 13.816”, acrescenta o documento. O Governo aponta que os postos consulares onde se registaram maior número de votantes foram, por ordem decrescente, Londres, Luxemburgo, Paris e Macau.
Marcelo Rebelo de Sousa, com o apoio do PSD e CDS, foi reeleito Presidente da República nas eleições de domingo, com 60,70% dos votos, segundo os resultados provisórios apurados em todas as 3.092 freguesias e quando faltava apurar três consulados.
A socialista Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguindo-se André Ventura, do Chega, com 11,90%, João Ferreira (PCP e Verdes) com 4,32%, Marisa Matias (Bloco de Esquerda) com 3,95%, Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal) com 3,22% e Vitorino Silva (Reagir, Incluir e Reciclar - RIR) com 2,94%.
A abstenção foi de 60,5%, a percentagem mais elevada de sempre em eleições para o Presidente da República.
Luxemburgo escolheu Marcelo, mas houve muitos a votar Ventura
De acordo com os resultados finais divulgados pelo portal online do Ministério da Administração Interna portuguesa (MAI), Marcelo Rebelo de Sousa foi o preferido pela comunidade portuguesa no Grão-Ducado com 49,66% dos votos (808 votos). Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada com 18,56% (302 votos). O que significa que se contassem apenas os votos do Luxemburgo, teria de ser disputada uma segunda volta entre os dois candidatos.
Em terceiro lugar ficou o candidato de extrema-direita André Ventura que obteve 15,43% dos votos (251), menos 51 votos que Ana Gomes. Tiago Mayan (5,22%; 85 votos) ficou à frente de Marisa Matias, com mais um voto (5,16%; 84). Mais abaixo, João Ferreira (3,07%) e Vitorino Silva (2,89%) foram os candidatos menos votados, com 50 e 47 votos respetivamente. Na eleição no Consulado, houve ainda nove votos em branco e 10 nulos.
Embaixador satisfeito com a adesão dos portugueses no Luxemburgo
O embaixador Português no Luxemburgo congratulou-se com o triplicar do número de votantes no Luxemburgo para as presidenciais: “em 2017 votaram 527 eleitores e agora votaram mais de 1.600 eleitores”, afirmou, em entrevista ao Contacto. “É formidável ver que no espaço de cinco anos o mecanismo do recenseamento automático funcionou no sentido de facilitar a vida ao eleitor e que a votação triplicou, o que para o mundo português no Luxemburgo é bastante importante”, sublinhou.
Sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, proferidas no discurso da vitória, acerca da urgência de permitir o voto por correspondência aos emigrantes portugueses nas eleições Presidenciais, António Gamito mostrou-se plenamente de acordo: “Há dez anos, enquanto subdiretor geral dos assuntos consulares, defendi que os emigrantes deviam votar por correspondência para o cargo de presidente da República, tal como o fazem para as legislativas”, acrescentou.