Empreendedores

João Varandas

Sempre fui muito observador e não tenho receio de seguir o meu instinto para agarrar as oportunidade

24 janeiro, 2023

Cresci em Vila Real e vim para o Luxemburgo em 2007, já com 20 anos. Portugal estava em permanente estado de crise, mas naquele ano a situação complicou-se mesmo. Em Portugal fiz de tudo, até socorrista do INEM.

Tive de desenrascar-me desde cedo.

Cheguei a 15 de fevereiro com um casaco de malha, temperaturas negativas e 500 euros no bolso. Consegui o meu primeiro emprego na Goodyear. Trabalhei um ano e meio como operador e depois passei a chefe de secção, na produção. Fiquei cinco anos na empresa, o tempo de me integrar e de aprender as línguas do país, inclusive o luxemburguês.

Em 2012 a Goodyear foi vendida aos coreanos e as coisas mudaram. Um dia, desentendi-me com um dos chefes, peguei nas minhas coisas e fui-me embora.

Nesse dia, a minha vida deu uma grande reviravolta. Estávamos no mês de julho e não tinha trabalho, nem experiência ou formação para trabalhar noutra coisa qualquer. Antes de ir de férias, ligaram-me a dizer que tinha sido recomendado pela pessoa com a qual me tinha desentendido na Goodyear. Era para um lugar ligado à finança e, no início, achei que não tinha o perfil adequado.

Quando regressei de férias decidi recontactar a pessoa que me tinha ligado, o Michel Bastos. Ele explicou-me o projeto e despertou o meu interesse. A 15 de Outubro de 2012 fiz a formação de base na Ergo, e a partir daí começou a minha carreira nos seguros. No início de 2013 constituí a minha empresa e comecei a trabalhar com a Ergo e com a Axa. No mesmo ano comecei também a fazer créditos hipotecários com a BGL, graças a uma convenção que tinham com a Ergo.

A equipa foi crescendo até que um dia, em dezembro de 2016, leio nos jornais que a Ergo acabava de encerrar a atividade no Luxemburgo. Continuei a trabalhar da mesma forma até ao último dia e foram extremamente corretos em tudo. O único erro que aponto a essa empresa foi a comunicação, não termos sido os primeiros a saber.

Com a carteira de clientes que já tinha com a Axa e por uma questão de lealdade para com a empresa e os clientes, decidimos passar a ser agentes exclusivos da Axa nos seguros.

Nessa altura também já fazia bastantes créditos hipotecários com várias instituições financeiras e foi aí que surgiu a possibilidade de juntamente com o Michel Bastos e a Vera Alves avançarmos com um novo projeto: a Albalux Crédit. Foram eles que me deram a oportunidade no início e que me ensinaram a profissão, não fazia sentido cada um seguir o seu caminho na mesma área.

Mas não parei por aí. Entretanto, criei uma empresa de promoção imobiliária e sou acionista de uma empresa de limpeza, Nettoie et Service, entre outros negócios. As empresas acabam por estar ligadas e alavancarem-se umas às outras, mas sem esquecer que o meu core business é a Axa.

O facto de saber de onde venho e das dificuldades que passei faz com que tenha os pés bem assentes na terra. Sempre fui muito observador e não tenho receio de seguir o meu instinto para agarrar as oportunidades quando elas surgem. A sorte não existe. É muita dedicação e lealdade para com aqueles que te dão uma oportunidade.

 

João Varandas

Managing Partner da Agence Varandas & Associés e Cofundador e COO da Albalux Crédit.

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