Economia

Portugueses no Luxemburgo menos generosos com Portugal

O envio de dinheiro dos emigrantes portugueses no Grão-Ducado para o país natal tem vindo a diminuir e está longe das remessas da comunidade lusa em França ou na Suíça, as recordistas.

03 fevereiro, 2022

No ano passado, os portugueses residentes no Grão-Ducado enviaram um total de 71.850 milhões de euros de remessas para os familiares em Portugal, segundo os dados do Banco de Portugal. Esta instituição define remessas de emigrantes como “os rendimentos transferidos por um emigrante português a trabalhar no estrangeiro para a sua família que reside em Portugal”.

Se dividirmos este montante pelos cerca de 120 portugueses que residem no Luxemburgo, temos em média 600 euros por pessoa por ano. Muito pouco, sobretudo quando comparado com outros países com forte presença português como a França e a Suíça.

Desde 2018, ano em que as remessas do Luxemburgo foram de 111,910 milhões de euros, que estas transferências têm vindo a diminuir, segundo os dados do Observatório da Emigração que têm também por base os dados do Banco de Portugal. Nos últimos 21 anos, este é o quarto montante mais baixo de remessas dos emigrantes do Luxemburgo para os seus familiares em Portugal.

As remessas mais elevadas foram registadas em 2016, no valor de 124,260 milhões de euros, e as mais baixas em 2000, de apenas 67,230 milhões de euros.

A crise pandémica pode ter contribuído para o decréscimo de envio de dinheiro em 2019 e 2020, no Luxemburgo. Contudo, “o declínio foi menor do que o previsto, ao nível global das remessas de emigrantes”, explica o Relatório da Emigração Portuguesa 2021, do Observatório da Emigração.

Portugueses na Suíça e na França são os mais generosos

Se no caso do Luxemburgo as remessas dos portugueses diminuíram, no quadro geral da emigração portuguesa a tendência é de crescimento. Em 2021, Portugal recebeu o valor mais alto dos últimos 20 anos em remessas dos seus emigrantes pelo mundo, num total de 3.677,76 milhões de euros, o que dá uma média de 306,48 milhões de euros mensais.

Os emigrantes da Suíça e de França são os recordistas de envio de remessas para Portugal, entre os 14 países mais representativos da diáspora e analisados pelo Observatório da Emigração.

Da Suíça foram transferidos 1.051,260 euros e da França 1.023,450 euros pelos portugueses ali radicados, contribuindo os dois países com mais de metade do total de remessas recebidas por Portugal em 2021. Reino Unido, Angola, EUA e Alemanha são os outros países de acolhimento responsáveis por um valor mais elevado de remessas. No ranking dos 14 países com mais remessas, o Luxemburgo é oitavo.

De salientar que Portugal foi o país da União Europeia que apresentou o valor mais elevado de remessas recebidas, no ano de 2020, indica também o Banco de Portugal.

 

Remessas aumentaram 5,6% no primeiro semestre

As remessas dos emigrantes subiram 5,6% no primeiro semestre deste ano, passando de 1.749 milhões de euros, nos primeiros seis meses de 2021, para 1.848 milhões, até junho deste ano, segundo o Banco de Portugal.

De acordo com os dados do regulador financeiro, as remessas enviadas pelos portugueses a trabalhar no estrangeiro subiram 2,72% em junho deste ano face ao período homólogo, contribuindo para a subida de 5,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Nova indexação antes do final do ano

O Instituto Nacional de Estatísticas (Statec) prevê uma nova indexação dos salários no decorrer do quarto trimestre deste ano. A confirmar-se será a terceira em 2023. Esta previsão apoia-se nas estimativas do aumento da inflação para este ano, que, d

“Ninguém toca no 'index'”, garante OGBL

Num comunicado divulgado depois de se saber que salários e pensões são indexados este mês, o sindicato veio lembrar que, há um ano, “o patronato lançou um ataque de grande envergadura contra o sistema de indexação automática”, que levou a uma suspens

Private equity para pequenos e grandes investidores

Começa a ganhar importância no Luxemburgo e pode ser uma boa alavanca para ajudar as empresas a crescer. Mas também pode ser um excelente investimento, tanto para os grandes como para os pequenos investidores. Entrevista com Luís Galveias, COO da Lu

Última edição
Opinião
José Campinho2023. O ano dos portugueses?

Foram necessários mais de 30 anos para os estrangeiros finalmente conquistarem o direito de escolherem os responsáveis das autarquias onde residem. Um esforço, até agora, inglório. Mas há algo a mudar….