As medidas de confinamento mantêm-se relativamente estáveis, permitindo uma maior previsibilidade às empresas. Alguns setores, como o automóvel e o comércio puderam reabrir e o facto de as escolas continuarem a funcionar facilita também a organização do teletrabalho. No entanto, há setores onde a situação está a chegar a um ponto de rutura e que obrigam o Estado a medidas de apoio urgentes. A restauração, o entretenimento e o desporto são exemplos de setores que já não têm capacidade de aguentar muito mais tempo com as atuais ajudas.
Menos falências em tempos de crise
À partida parece uma contradição, mas a explicação para este fenómeno é relativamente simples: o desemprego parcial. Em 2020, em plena pandemia, o número de insolvências no Luxemburgo recuou 5 por cento. Segundo a Creditreform, que supervisiona a evolução das falências, este recuo deve-se às ajudas do Estado, em particular ao desemprego parcial que, em certos casos, chega para manter as empresas vivas, mesmo aquelas que em condições normais já teriam encerrado a atividade. Outro das curiosidades deste estudo tem a ver com a idade das empresas que fecharam no Luxemburgo. Em 2020, a esmagadora maioria (81 por cento) das empresas que fecharam tinham mais de cinco anos. Em sentido inverso, as empresas mais jovens, com menos de cinco anos, resistiram bastante melhor. Esta tendência pouco usual está a verificar-se também nos países vizinhos. França, Bélgica e Alemanha seguiram todos a mesma tendência, com as insolvências a recuarem entre 13 por cento e 30 por cento em plena crise.
Desemprego volta a aumentar
Apesar do recuo do número de falências, o desemprego aumentou no último ano. Em dezembro de 2020, cerca de 20 mil pessoas estavam inscritas na Administração do Emprego – um aumento de 3.386 desempregados, ou seja, mais 20 por cento do que no mesmo mês do ano anterior.
Este aumento não é generalizado, havendo setores onde o número de ofertas de emprego aumentou substancialmente, casos da construção civil (+38 por cento) e da saúde (+11 por cento) e outros onde caiu de forma bastante pronunciada, casos da restauração (-53 por cento) e comércio (-26 por cento).
Estes números, acabam, no entanto, por ser pouco representativos com milhares de empregos dependentes das ajudas estatais.